Embora pareça surpreendente, algumas pessoas prejudicam suas próprias boas intenções e objetivos de longo prazo. A autossabotagem ocorre quando as pessoas impedem seu próprio sucesso.
Quando as pessoas tomam essas medidas destrutivas, seu comportamento prejudicial pode impactar negativamente quase todas as partes da sua vida, incluindo seus relacionamentos e carreiras.
As pessoas acabam prejudicando ou impedindo o seu progresso por uma variedade de razões. Pode ser que elas se autossabotam de maneira consciente ou inconsciente, depende muito da situação. De maneira consciente, por exemplo, é quando você mesmo fazendo uma dieta, resolve comer um calórico lanche no fast food. Já inconscientemente, são várias as maneiras que você se autossabota, desde não acreditar no seu talento, na sua capacidade até se afastar de pessoas por acreditar que não é boa o suficiente. E as causas para atitudes assim variam de problemas de infância a efeitos de relacionamentos anteriores. Outras razões para esse tipo de comportamento destrutivo variam de baixa autoestima e problemas de enfrentamento.
Talvez, ao ler esse artigo, você possa se enxergar dentro de vários comportamentos que já viveu ou ainda vive e não sabe como se livrar disso. E isso é mais comum do que a gente imagina.
É inevitável “cairmos” em hábitos, sejam eles bons ou ruins. E durante todo o dia reagimos ao encorajamento que nos leva a buscar gratificação instantânea. Mas saiba que isso não é sua culpa. Culpe seu cérebro (especificamente seu cérebro primitivo).
Vamos falar um pouco sobre a neurociência da autossabotagem porque isso é fundamental para entendermos um pouquinho melhor o porquê de alguns de nossos comportamentos hoje.
Nosso cérebro primitivo tem um trabalho: sobrevivência.
Como humanos, sobrevivemos como espécie comendo, fazendo sexo e fugindo de ameaças. Esta mesma programação, embora útil há milhares de anos, é agora o problema. Passamos a vida em busca de prazer, fugindo do desconforto e usando o mínimo de esforço possível para passar o dia.
Exageramos. Perseguir um estilo de vida hedonista, ou seja, pela busca excessiva do prazer como estilo de vida. Sair da nossa zona de conforto é algo tão perturbador que sinos de alarme disparam em nosso cérebro primitivo ao pensar em mudança.
Nosso cérebro primitivo NÃO GOSTA de nada desconhecido, incerto e imprevisível. É como se ele dissesse PARE! gritando para nós, “volte para a caverna”, “corra de volta para a segurança”, “não sabemos o que vai acontecer!” E é por esse motivo que muitos permanecem em hábitos de autossabotagem porque é mais fácil fazê-lo e também por não descobrir como sair de sua própria rotina.
As pessoas que se autossabotam muitas vezes procrastinam. A procrastinação é uma maneira de mostrar aos outros que você nunca está pronto e, com isso, acaba adiando bons resultados em sua vida. As pessoas temem decepcionar os outros ou até mesmo falhar antes mesmo de tentar. São perfeccionistas e querem se manter em um padrão impossível que causará atrasos e retrocessos. Embora pareça uma estratégia positiva almejar que as coisas saiam conforme o planejado sem problemas, o perfeccionismo dificulta o sucesso, em exagero, se torna um grande obstáculo para suas conquistas.
Quando algo dá errado, como inevitavelmente dará, os perfeccionistas se desfazem. Eles acabam se sentindo envergonhados. Propenso à depressão, eles sentem que estão deixando todos para baixo. Mas não; não tenha medo de errar, você pode aprender muito com o que já deu de errado na sua vida.
E, embora uma parte do nosso cérebro faça tudo isso acontecer, felizmente, temos outra parte do nosso cérebro que é ESPECIFICAMENTE projetada para nos ajudar a superar a programação desatualizada do nosso cérebro primitivo – o córtex pré-frontal.
Essa parte evoluída, avançada e focada no futuro do nosso cérebro é a parte de nós que busca o crescimento. Ele entende que o que queremos está fora da nossa zona de conforto. Sabe que para obter melhores resultados em nossas vidas exigirá fazer coisas DIFERENTES.
Por que temos essas duas partes de nós mesmos que estão em desacordo uma com a outra?
A natureza não está sendo má. É a maneira da natureza nos dar exatamente o que precisamos para nos tornarmos quem devemos ser.
A luta de trabalhar em direção aos nossos objetivos nos torna mais fortes, por isso devemos optar por lutar mesmo que isso seja difícil.
O conflito entre as diferentes partes de nós mesmos é um convite para descobrir como criar ALINHAMENTO em nossa vida.
E se tudo em nossa vida (e cérebros) for exatamente como deveria ser?
Todos os ingredientes para nos tornarmos a pessoa de que somos capazes estão em nós.
Então, se temos todos os ingredientes, podemos ESCOLHER o crescimento.
Temos que ver os maus hábitos, lutas e dores não como problemas, mas oportunidades de poder mudá-los e fazer diferente.
Substitua a crítica que você faz a si mesmo ou recebe dos outros pela curiosidade de buscar o que você precisa mudar ou fortalecer.
Tenha a coragem de OLHAR para as coisas que não estão funcionando e se comprometa a encontrar soluções.
É exatamente para isso que serve o seu belo córtex pré-frontal.
Aprender a trabalhar com nosso cérebro é a maneira de navegar nas águas complicadas do ser humano com mais graça e facilidade. Não há habilidade mais importante para desenvolver.
Escolha mudar. Decida melhorar as partes de si mesmo que não estão em integridade com quem você quer ser.
Permita que o desconforto da gratificação atrasada permaneça por alguns minutos, não busque prazeres imediatos, mas saudáveis e duradouros.
E como fazer para não se sabotar o tempo todo?
Bem, alguns comportamentos são fundamentais para esse processo e você precisa tentar colocá-los em prática. Preste atenção nessas dicas e se esforce para seguir cada uma delas.
– Examine as causas raiz
Procure padrões em sua vida. Você tem sido propenso a frustrar seus bons esforços repetidamente? Esses atos ocorreram antes de você estar prestes a ter sucesso ou quando você estava perto de alcançar seus desejos pessoais?
Como mencionado, esse comportamento pode ter origem na infância. Alguns pais, não sabendo o que fazer ou com medo de que seus filhos fiquem desapontados, dizem a eles coisas indevidas ou até tenham tido algumas atitudes inadequadas. Procure trabalhar isso dentro de você para que consiga vencer essa barreira.
– Pare de procrastinar imediatamente.
A influência do ambiente, de parceiros, amizades e até alguns familiares ou fatores sociais também influenciam na procrastinação. Reflita quem está ao seu lado ou os lugares que você frequenta. Isso tem te ajudado ou prejudicado?
–Pare de olhar apenas para o quadro geral
Quando você almeja algo grande, a sensação de buscar isso pode parecer esmagadora.
Para evitar atos de autossabotagem, não se prenda a minúcias. Aqueles que se autossabotam às vezes perdem muito tempo com detalhes sem importância.
Faça pequenas mudanças incrementais e aja lentamente. Dessa forma, você pode evitar que sua mente sabotadora pise no freio. Tome mais ações pequenas que não vão atrapalhar e desmotivar você.
– Não seja tão perfeccionista.
Pare de pensar perfeccionista!
Pessoas autossabotadoras são, muitas vezes, perfeccionistas. Talvez você pense demais em cada detalhe, e tudo tem que estar certo. Mas lembre-se, procure buscar a excelência, não a perfeição. Faça pequenas melhorias e observe o progresso no caminho para atingir a meta desejada.
Sinta-se um pouco mais desconfortável hoje para as mudanças que você precisa fazer, para que consiga ter melhores resultados lá na frente. Mude seu relacionamento com o desconforto e fique confortável com isso. O desconforto é saudável para que você entenda que precisa fazer algo para mudar. Não encare como algo ruim. É importante e fundamental para o seu progresso e para sua vida.
Este é o processo. Continue se comprometendo a se tornar a pessoa que você está aqui para ser. Você sabe quem ela é. Ela está dentro de você. Todo o desconforto necessário para liberá-la e revelá-la vale a pena.
“Se você planeja ser menos do que é capaz de ser, provavelmente será infeliz todos os dia.”
(Abraham Maslow)